No primeiro semestre, ocorreram 366 greves no país, segundo informações divulgadas pelo Dieese. Nada menos que 92% continuam questões defensivas na pauta.
Na esfera privada, a luta foi contra ilegalidades como atrasos salariais.
Nas estatais, contra os desinvestimentos e a precarização que acompanham os projetos de privatização.
No funcionalismo, as greves ocorreram sobretudo em resposta a perdas salariais, que tendem a ser agravadas se for aprovada a PEC 32, a famigerada reforma administrativa do governo Bolsonaro.
As greves denominadas defensivas, segundo o Dieese, são as que se caracterizam pela proteção de condições de trabalho vigentes, ameaçadas por algum tipo de deterioração; pelo respeito a condições mínimas de trabalho, saúde e segurança; ou contra o descumprimento de direitos estabelecidos em acordo, convenção coletiva ou legislação.
Paralisações que visam ao atendimento de reivindicações que ultrapassam o âmbito das relações de trabalho são classificadas como greves de protesto. E, por fim, quando uma categoria paralisa suas atividades em apoio à mobilização de outros trabalhadores, trata-se de uma greve de solidariedade.
Neste primeiro semestre, 92% das greves incluíram itens de caráter defensivo na pauta de reivindicações, sendo que tanto a menção ao descumprimento de direitos como à manutenção de condições vigentes ocuparam a mesma proporção (53%) na pauta.
As pautas defensivas, diferentes das que predominavam em tempos de prosperidade, reflete tanto a grave crise econômica, cujo principal sinal é o desemprego em massa, quanto as políticas neoliberais focadas na destruição do Direito do Trabalho e entrega do patrimônio público aos grandes capitalistas.
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Fonte: CTB