Chefe da Casa Civil, Otomar Vivian, garantiu que projeto de reajuste será enviado à Assembleia Legislativa em fevereiro
As Centrais Sindicais entregaram, nesta quinta-feira (28), às 11h, no Palácio Piratini, a pauta de reivindicações dos trabalhadores gaúchos para reajuste do salário Mínimo Regional para 2021. A pauta, elaborada pelas centrais, com a assessoria do DIEESE, fundamenta um pedido de reajuste de 13,79%, ou 1,28 salários mínimos, valor embrionário do Mínimo Regional.
Os trabalhadores foram recebidos pelo secretário chefe da Casa Civil, Otomar Vivian, que garantiu aos dirigentes que o projeto de reajuste será enviado à Assembleia Legislativa ainda na primeira semana de fevereiro.
Vivian estava acompanhado de economistas do Departamento de Estudos Estatísticos do governo do estado (antiga Fundação de Economia e Estatística) que prometeram analisar a pauta antes de encaminharem o projeto. Os dirigentes sindicais, por sua vez, estavam com técnicos do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio Econômicos (DIEESE), que embasaram a construção da pauta.
O piso regional atende hoje mais de 1,3 milhões de trabalhadores e trabalhadoras gaúchos/as, os que menos ganham e não possuem representação sindical ou integram categorias com menor poder de negociação, precisando do Estado como instrumento de busca do equilíbrio social, da distribuição de renda e das condições mínimas de sobrevivência.
O presidente da Central de Trabalhadores do Brasil (CTB), Guiomar Vidor, disse “ser inadmissível que os deputados estaduais e o governador do estado tenham zerado o reajuste do Mínimo em 2020, enquanto tivemos um aumento da cesta básica no período de 21,6%, chegando em dezembro ao valor de R$ 615,66”. Lembrou ainda que estados vizinhos como Santa Catarina e Paraná concederam, neste período, reajustes de 10,62% e 12,29% respectivamente, e fecharam o ano com saldo positivo na geração de empregos de 67.134 em SC e 61.586 no PR, enquanto o RS que deu reajuste zero, fechou com saldo negativo de 19.532. “Isto prova que o mínimo não é o vilão do desemprego, conforme argumentam setores empresariais.”
Já o secretário de Organização e Política Sindical da CUT-RS, Claudir Nespolo, afirmou que “queremos recuperar o poder aquisitivo do Mínimo Regional que, além de sofrer perdas desde o governo Sartori, foi pela primeira vez congelado no ano passado, durante o governo Leite, ao contrário dos demais estados da região Sul do Brasil, que garantiram reposição da inflação e aumento real em 2020”.
Nespolo reforçou que “é uma falácia das federações empresariais dizer e repetir que o piso regional é fator de desemprego para enganar os deputados e a sociedade”. Segundo o Dieese, os dados do Cadastro Geral dos Empregados e Desempregados (Caged) registraram saldo positivo de empregos de janeiro a novembro de 2020 em Santa Catarina e no Paraná, mesmo com reajuste do piso regional.
Fonte: Walmaro Paz | Brasil de Fato RS