Após cinco meses de campanha salarial, a mobilização é a única saída diante da intransigência das empresas, que se recusam em repor as perdas da inflação de 8,9% pelo INPC para todos os salários
Mais de 250 jornalistas reunidos em assembleia virtual na manhã desta terça-feira (9) rejeitaram por unanimidade a nova proposta patronal de reajuste salarial. E os trabalhadores e trabalhadoras de jornais e revistas mantiveram a decisão de paralisar as atividades por duas horas nesta quarta-feira (10), a partir das 16h.
A categoria reafirmou o pleito pelo reajuste de 8,9% para todos os salários, sendo 5% retroativo a junho e 3,72% em novembro. Os trabalhadores e trabalhadoras reivindicam apenas a recomposição das perdas inflacionárias. Nada mais do que isso.
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Nas primeiras mesas de negociação entre o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo e os representantes das empresas, a proposta patronal era simplesmente não reajustar os salários da categoria – 0% de aumento. As empresas também afirmaram que retirariam da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) a cláusula de multa da PLR, atualmente no valor de R$ 791,90.
Após cinco meses de campanha e a realização de assembleias virtuais cada vez mais participativas, com a presença de jornalistas de todas as redações da capital, as empresas tiveram de ceder, mas continuaram descartando a reposição da inflação oficial.
Na segunda-feira (8), os empresários ofereceram reajustes por faixa de salário. Todas abaixo do índice de preços. Chegaram a sinalizar com a possibilidade de 8,9%, mas para uma faixa salarial inexistente, de R$ 5 mil, abaixo portanto do piso salarial da categoria de 7 horas praticado na capital.
Para ampliar a mobilização e a pressão para chegar rapidamente a um acordo, a assembleia aprovou ainda as orientações para a paralisação. Primeiro passo é deixar o celular no silencioso, depois sair dos e-mails corporativos durante o período da parada. Os profissionais não realizarão horas extras para compensar esta jornada.
Às 16h, todos e todas podem apoiar paralisação publicando mensagens nas redes sociais com a hashtag #JornalistasSalvamVidas, em referência ao trabalho essencial da categoria na cobertura da pandemia do novo coronavírus.
Fonte: CUT