Nós somos pais de uma menina. Que alegrou nossos corações quando soubemos de sua chegada. Uma menina criada para um lugar onde as meninas são respeitadas, são protegidas, são amadas. Uma menina nascida para ser livre, para estudar e ser alguém que vai deixar o mundo melhor. Uma menina que vai andar de cabelos soltos ao vento, que vai rir alto, que vai amar os livros e também as tecnologias. Que vai trilhar o caminho do conhecimento, porque só ele ilumina a escuridão do mal.
E o mal está sempre à espreita. Ele é cíclico. Ele retorna quando baixamos a guarda.
Envergonhada e triste, agradeço por não ser mãe de nenhuma menina nascida no Afeganistão. E ao mesmo tempo, tenho meu coração de mãe apertado e dilacerado por cada uma delas. Cada pequena Malala que vai ser baleada por ir à escola. Cada cabelo que não poderá ficar livre ao vento e cada sorriso que morrerá triste nas mãos do medo.
Aliviada por vivermos num país livre, sou consciente de que há muitos membros de algum tipo de ‘Talibã’ por aqui também. Homens ruins. Nunca noticiei um homem desaparecido por terminar um relacionamento amoroso. Mas agora mesmo, na cidade vizinha, uma jovem linda está desaparecida tendo o ex-namorado como principal suspeito.
O mundo definitivamente não é um lugar seguro para nossas meninas.
Vamos zelar por elas.
“É preciso estar atento e forte”.
Fonte: Artigo de Michele Lunardi via Rede Soberania