Os rodoviários de Porto Alegre realizaram no início da manhã desta quinta-feira (19) uma concentração em frente à Câmara de Vereadores, que poderá analisar e votar na sessão plenária desta tarde, a partir das 14h, o projeto de lei do prefeito Nelson Marchezan Jr. (PSDB) que prevê a extinção gradativa dos cobradores de ônibus. Em coro, a categoria gritou palavras de ordem, principalmente “fora Marchezan”.
O projeto estabelece o fim imediato de cobradores nas linhas cuja viagem tenha iniciado entre 22h e 4h, e nos domingos, feriados e dias de passe livre. Além disso, prevê que não serão preenchidas as vagas abertas por aposentadoria, demissão por justa causa, pedido de demissão, falecimento e interrupção ou suspensão do contrato de trabalho.
O projeto estava em pauta na sessão desta quarta-feira (18), mas a votação não ocorreu por falta de quórum. Com apenas 18 dos 36 vereadores presentes, a presidente da Câmara, Mônica Leal (PP), encerrou os trabalhos, conforme o regimento interno. Os rodoviários, que ficavam de costas durante pronunciamentos dos vereadores favoráveis à iniciativa do prefeito, celebraram o fato do texto não ter sido objeto de discussão.
Mais desemprego e insegurança no transporte coletivo
A CUT-RS e centrais sindicais divulgaram nesta quarta-feira uma nota de apoio à mobilização dos rodoviários contra o projeto do prefeito tucano que, se for aprovado, aumentará ainda mais o desemprego e a insegurança no transporte coletivo da Capital.
Para o presidente da CUT-RS, Amarildo Cenci, “o cobrador de ônibus não é apenar um trabalhador que cobra passagem ou controla o uso do cartão eletrônico de passageiros na roleta. Ele auxilia o motorista no acompanhamento da viagem. São dezenas de vidas a bordo, que não pode ser descuidadas”.
“O que está por trás desse projeto cruel de Marchezan é tão somente o aumento do lucro das empresas de ônibus, que querem reduzir as suas despesas tirando o emprego de mais de 3 mil cobradores, revelando também o descaso com a qualidade do transporte coletivo e a falta de responsabilidade social”, frisou o dirigente da CUT-RS.
Fonte: CUT RS com fotos de Guilherme Almeida (Correio do Povo), Débora Ercolani (CMPA) e Ronaldo Bernardi (Agência RBS)