Contra desestatização da Carris, trabalhadores realizam paralisação em frente às garagens

Na manhã desta segunda-feira (23), rodoviários realizam uma paralisação parcial contra a privatização da empresa

Na luta contra a privatização da empresa pública de transporte coletivo de Porto Alegre, a Carris, cerca de 200 trabalhadores iniciaram uma mobilização em frente à garagem da empresa, no bairro Partenon. A paralisação começou por volta das 2h da manhã desta segunda-feira (23).

A empresa de transporte coletivo mais antiga do país está sob risco de privatização. O prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo (MDB), enviou à Câmara Municipal o projeto de desestatização da Carris, assim como a redução gradual de motoristas e cobradores. Aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, no dia 18 de agosto, a proposta segue para votação em plenário, o pode acontecer nas próximas sessões do legislativo municipal.

“A paralisação se sucedeu devido ao fato do projeto da desestatização da Carris entrar em regime de urgência e ter a possibilidade de ser votado hoje. Por isso estamos paralisados. Há pouco tempo tivemos uma reunião com a direção da Carris na qual nos foi proposto um dialogo com o prefeito”, aponta uma das representantes dos funcionários da empresa, Rosângela Machado, cobradora da empresa há 17 anos.

Segundo informa Rosângela, os funcionários decidiram, em votação agora pela manhã, manter a greve até que o prefeito vá até a empresa para dialogar ou retire da pauta os projetos da desestatização e da extinção de cobradores.


Paralisação iniciou às 2h da madrugada desta segunda-feira (23) / Foto: Divugação

Melo sugere “intervenção militar” na Carris

De acordo com a prefeitura, por conta da paralisação, foram acionadas empresas privadas para cobrir os itinerários. Com o uso de 59 veículos, todas as linhas da Carris estão circulando. A T11 e T12 são atendidas pelo Consórcio Viva Sul; T1 e T4 pelo Consórcio Mob; T6 e 343 pelo Consórcio Via Leste/Mais; e as demais pela própria Carris, por veículos que saíram da garagem.

Pela rede social, o prefeito Sebastião Mello criticou a greve dos funcionários, alegando que a mesma acontece em um momento inoportuno. “Ela acontece justamente no momento em que a cidade busca retomar a normalidade. Ainda há muita gente desempregada e aqueles que possuem salário em dia, às custas do erário público, cruzam os braços. Já foi orientado o corte do ponto e do salário”, postou em sua conta no Twitter.

Em entrevista à Rádio Gaúcha, o prefeito disse que pode lidar com a situação da greve através de decreto de requisição de motorista. Chegou a sugerir uma “intervenção militar” na Carris. “Eu vou conversar com o comandante do Exército também para ver a possibilidade de ter motoristas do Exército brasileiro e da prória Brigada Militar, vou falar com o governador também”, afirmou.

Atualmente, a Carris é responsável por 24 linhas na capital gaúcha. Destas, 17 são transversais, 4 são circulares e 3 são radiais. Da frota de 347 veículos, dos quais 315 estão em operação e 32 são da reserva. Do total de coletivos, 89% têm acessibilidade e 82% são dotados de ar condicionado.

Fonte: Brasil de Fato RS

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