Centenas de educadores(as) e estudantes de todas as regiões do estado se reuniram em frente ao Palácio Piratini na tarde desta sexta-feira (13). O ato por salário decente, valorização e respeito deixou o recado para o governador Eduardo Leite (PSDB): a educação não pode mais esperar.
As perdas acumuladas em sete anos de congelamento chegam a 45% contabilizando apenas a inflação (INPC) desde novembro de 2014. Além da defasagem, os educadores amargam as consequências de retiradas de direitos, redução de adicionais, descontos, atrasos e parcelamentos.
A Direção Central do CPERS entregou à Casa Civil mais de 280 moções de apoio por reposição salarial, aprovadas por Câmaras de Vereadores de municípios gaúchos.
“Cobramos do assessor André Palácio a próxima data para a reunião de negociação com a categoria. Durante a pandemia, trabalhadoras e trabalhadores da educação cumpriram com a sua parte, superaram os desafios e a falta de estrutura. Passou da hora do governador mostrar que tem compromisso com a educação pública”, declarou a presidente do CPERS, Helenir Aguiar Schürer.
Helenir também criticou as novas flexibilizações dos protocolos de segurança sanitária nas escolas. “Não é hora de relaxar. É hora de ouvir mais a ciência e menos o mercado. Nossos alunos não estão vacinados e suas vidas são prioridades. Diminuir o distanciamento e ampliar a lotação das salas é não cuidar da comunidade escolar”, afirmou.
O ato também contou com a participação de deputados federais e estaduais, vereadores, lideranças sindicais e estudantis.
Quem governa com pauta neliberal mente
O presidente da CUT-RS, Amarildo Cenci, saudou a mobilização dos professores, das professoras e dos funcionários e funcionárias de escolas públicas do RS. “Vocês estão sempre dando aula: na rua, na escola e pra este Dudunóchio, uma mistura de Eduardo mentiroso com Pinóquio”, afirmou.
Para ele, “quem governa com a pauta neoliberal mente”, explicando “que mente pra se eleger e depois implementar governos de morte, como é o governo federal, e reproduzido com um perfume francês e uma linguagem mais aperfeiçoada, que quer enganar a população gaúcha”.
“O problema da escola pública não é do professor, é de toda a sociedade”, destacou. “Um estado forte e soberano, livre e democrático, não pode subsistir sem escola pública de qualidade, professores e funcionários valorizados”.
A pressão aumenta
Desde 2019 a categoria não é recebida pessoalmente pelo governador. A pressão por avanços na mesa de negociação aumenta à medida em que se aproxima o prazo regimental da Assembleia Legislativa para aprovar a Lei Orçamentária Anual (LOA): 15 de setembro. A expectativa é incluir a reposição na previsão orçamentária.
As próximas semanas serão de intensificação da luta. No próximo domingo (15), o CPERS inicia uma nova fase da campanha por reposição já, com inserções em horário nobre da TV, e no dia 18 adere à paralisação nacional de 24 horas dos servidores públicos, contra a Reforma Administrativa (PEC 32).
O ato foi concluído com uma homenagem às vítimas da Covid-19 e uma lembrança de que a educação continua de luto pelo descaso do governador Eduardo Leite (PSDB). Balões pretos, sob bandeira do CPERS, foram alçados ao céu. “Nunca tirarão de nós a capacidade de sonhar alto”, refletiu Helenir
Fonte: CUT RS