Um mega congestionamento no trânsito, a partir do corredor das avenidas Protásio Alves e Osvaldo Aranha, ocorre na manhã desta segunda-feira (9), em Porto Alegre, diante do protesto de rodoviários contra o projeto de lei do prefeito Nelson Marchezan Jr. (PSDB), que prevê o fim dos cobradores de ônibus e está prestes de ser votado na Câmara de Vereadores.
Segundo a proposta, os cobradores deixam de existir, primeiro, nas linhas cuja viagem tenha iniciado entre 22h e 4h, e nos domingos, feriados e dias de passe livre que restaram. Além disso, estabelece que, entre 22h e 4h, o pagamento da tarifa seja feito exclusivamente por meio de cartão do Sistema de Bilhetagem Eletrônica, cartão de débito, cartão de crédito ou outras formas eletrônicas de pagamento.
O projeto, se for aprovado, poderá eliminar cerca de 3.600 postos de trabalho no transporte público da cidade, aumentando ainda mais o desemprego e a insegurança nos coletivos.
O presidente da CUT-RS, Amarildo Cenci, é contra a aprovação do projeto do prefeito tucano. “O cobrador de ônibus não é apenar um trabalhador que cobra passagem ou controla o uso do cartão eletrônico de passageiros na roleta. Ele auxilia o motorista no acompanhamento da viagem. São dezenas de vidas a bordo, que não pode ser descuidadas.”
“Sem o cobrador, haverá maior risco para a segurança dos passageiros, mais dificuldade de acesso a pessoas com deficiência e o fim das informações prestadas em cada viagem por esses profissionais aos usuários sobre o destino, as ruas e as paradas”, ressalta.
Para Amarildo, “trata-se de um projeto que só favorece a ganância dos empresários de ônibus, extingue milhares de empregos e prejudica os usuários e os trabalhadores do transporte coletivo, aumentando ainda mais o desemprego e a insegurança na mobilidade urbana”.
“Estamos juntos na resistência com os rodoviários, em defesa do emprego e de melhores condições de trabalho para a categoria e na luta por qualidade no transporte coletivo para a população”, enfatiza o dirigente da CUT-RS.
Fonte: CUT-RS com fotos de Alina Souza (Correio do Povo) e Bruna Oliveira (Jornal do Comércio).