O Sindipetro-RS realizou na tarde gelada desta segunda-feira (19) mais uma edição da campanha Gás a Preço Justo com os moradores de Esteio, na Grande Porto Alegre, subsidiando à população a venda de gás de cozinha a R$ 45. Foi mais uma oportunidade de defender a luta da categoria, de chamar a atenção da imprensa e de ajudar aqueles que mais precisam. No último sábado (17), a campanha foi realizada em Passo Fundo, na região do Planalto Médio, no interior do Rio Grande do Sul.
De acordo com o Sindicato, o objetivo da campanha é mostrar que é possível vender o gás de cozinha a um preço mais baixo do que está sendo praticado hoje no mercado, levando-se em consideração o custo de produção nacional, mantendo o lucro das distribuidoras, revendedoras, da Petrobras e a arrecadação dos impostos dos estados e municípios.
“A nossa ação é uma forma de chamar a atenção pelo que estão fazendo com o nosso povo. Famílias voltaram a usar lenha para cozinhar, sendo o Brasil um país produtor de petróleo. Além da campanha ‘Preço Justo’, também estamos pressionando os políticos de todas as esferas para a mudança na política de preço da Petrobrás”, disse o presidente do Sindipetro-RS, Fernando Maia da Costa.
Para o diretor do Sindipetro-RS e da CUT-RS, Dary Beck Filho, “a atividade foi bastante positiva e a população está aderindo e questionando. Sempre destacando que as pessoas, conforme participam, também relatam a dificuldade de comprar o gás por estar muito caro. O que se agrava com o cenário de desemprego e de aumento da inflação. Nesse contexto, que estava lá ficou feliz de poder comprar mais barato e ao mesmo tempo questionando as políticas de governo que levam a carestia do gás”.
Queimaduras
Em junho deste ano, após nova alta do preço do botijão, 90% por cento das 21 pessoas internadas na Unidade de Queimados do Hospital da Restauração (HR), na área central do Recife, se acidentaram ao cozinhar com álcool comprado em posto de combustível.
Um homem de 33 anos morreu em Goiânia, com 50% do corpo queimado por utilizar álcool para cozinhar. Crescem, os relatos de incidentes e acidentes gerados a partir de improvisações geradas pela alta de preço do produto, que se tornou inacessível a um número crescente de famílias.
Luta contra venda da Refap
Segundo os petroleiros, com o anúncio da venda da Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), em Canoas, e seus terminais e oleodutos, toda a sociedade gaúcha perde. Além da redução na arrecadação dos repasses de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) para o estado, o preço do combustível e gás de cozinha vai aumentar para o consumidor.
Para o Sindipetro-RS, a venda da Refap nada mais é do que a privatização do mercado de boa parte da região Sul, pois a refinaria atende o Rio Grande do Sul e parte de Santa Catariana e é esse mercado que estará sendo entregue ao monopólio privado.
A atual política de preços (paridade internacional), implementada em 2016, após o golpe que tirou a presidenta Dilma, só elevou os preços dos combustíveis. Desta forma, a privatização da Refap não vai gerar concorrência e deixará o povo gaúcho refém das especulações em torno do petróleo e do dólar.
Petroleiros identificam nos caminhoneiros pautas de reivindicações similares e que seriam também de interesse da população, como o fim do Preço de Paridade de Importação (PPI) adotado pela Petrobras, que atrela os preços dos combustíveis no Brasil ao valor do barril de petróleo no mercado internacional e o cancelamento da venda das refinarias da estatal.
Fonte: CUT RS