Entre outros pontos, o plano também prevê a abertura de um programa de qualificação, com objetivo de auxiliar os trabalhadores na reinserção no mercado. A Ford Taubaté tem cerca de 800 trabalhadores diretos
Os trabalhadores e trabalhadoras na Ford aprovaram, nesta terça-feira (6), o Plano de Demissão Incentivada (PDI) proposto pela montadora. O acordo foi firmado após 25 reuniões de negociação entre a empresa e o Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté e Região(Sindmetau).
A votação foi realizada na fábrica, por meio de cédulas. Foram registrados 630 votos, sendo 336 favoráveis (55,33%) e 291 contrários (46,21%), com 2 votos em branco (0,31%) e 1 nulo (0,15%). A indenização é uma compensação aos trabalhadores pelo encerramento das atividades da Ford em Taubaté.
Além das verbas rescisórias, o plano estabelece indenização de 2 salários adicionais por ano trabalhado para os funcionários horistas. Para os mensalistas, o valor é de 1 salário adicional por ano trabalhado.
Entre outros pontos, o plano também prevê a abertura de um programa de qualificação, com objetivo de auxiliar os trabalhadores na reinserção no mercado. A Ford Taubaté conta com cerca de 800 trabalhadores diretos.
Luta dos trabalhadores
A Ford anunciou em janeiro deste ano a decisão de encerrar a produção da montadora no Brasil. Sindicato e trabalhadores iniciaram então uma intensa mobilização para tentar reverter a posição da empresa.
Essa mobilização contou com ações locais como a vigília 24 horas na porta da fábrica, carreatas e protestos, entre eles a exposição dos uniformes dos trabalhadores na portaria da empresa, simbolizando cada família atingida pela saída da Ford.
Também foram realizadas ações no âmbito estadual, com reuniões com o governo do Estado e audiência pública na Assembleia Legislativa. O Sindicato também foi a Brasília pedir auxílio ao Congresso Nacional. A Câmara dos Deputados realizou uma audiência pública para debater possíveis alternativas para o caso Ford.
No campo jurídico, o Sindicato apoiou as ações do Ministério Público do Trabalho (MPT), que resultaram em decisões impedindo a demissão dos trabalhadores pela Ford sem negociação coletiva, garantindo salários e benefícios durante esse período.
Trabalhadores e Sindicato também conseguiram trazer a direção mundial da Ford para mesa de negociação. A reunião ocorreu no dia 25 de fevereiro, quando o Sindicato apresentou propostas e alternativas para manutenção da fábrica em Taubaté. Mas a direção da montadora manteve a posição pelo encerramento das atividades no país.
Os trabalhadores passaram então para uma nova fase em sua luta: buscar uma indenização justa pelo encerramento da fábrica. O Sindicato realizou 25 reuniões com a empresa até chegar ao plano aprovado nesta terça-feira pelos trabalhadores.
Fonte: CUT