Em greve, trabalhadores do Hospital Porto Alegre realizam pedágio solidário diante da RBS

Enfermeiros, técnicos de enfermagem e outros profissionais da saúde, que trabalham no Hospital Porto Alegre (HPA), estão em greve desde o dia 24 de maio. Nesta quarta-feira (2), eles realizaram um ato na Avenida Ipiranga, em frente ao prédio da RBS, afiliada à Globo, na tentativa de chamar atenção da imprensa e abrir espaços para mostrar a difícil situação dos trabalhadores.

Durante a manifestação, foi também promovido um pedágio solidário para angariar fundos aos funcionários, que estão há três meses sem salários, além do atraso de outros direitos trabalhistas, como pagamento de férias e depósitos de FGTS.

Desde fevereiro, o hospital privado também recebe pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), por meio de um convênio com a prefeitura de Porto Alegre. O HPA é responsável por 18 leitos de UTI para Covid-19 e, mesmo assim, os trabalhadores não estão sendo valorizados.

“As palminhas nas janelas foram bonitinhas, mas agora nenhum jornalista dos grandes veículos tem a dignidade de contar a história dessas pessoas, que estão há 10 dias debaixo de frio e chuva fora do hospital, querendo apenas o seu salário para botar comida em casa e pagar as suas contas, como fazem há muitos anos”, enfatizou o secretário-geral do Sindisaúde-RS, Julio Appel de Oliveira.

O Sindicato montou um piquete em frente à instituição e tem organizado vários pedágios solidários na cidade para ajudar na manutenção dos funcionários. Ao longo da greve, os trabalhadores têm recebido muito apoio e solidariedade de outras categorias.

Sem os trabalhadores da saúde, a tragédia da pandemia seria muito pior

A CUT-RS levou no último dia 28 de maio dez cestas básicas ao piquete para auxiliar os grevistas. O presidente e o secretário de Organização da CUT-RS, Amarildo Cenci e Claudir Nespolo, respectivamente, questionaram o descaso com os trabalhadores em meio à pandemia do coronavírus.

“Imagina se não tivéssemos os trabalhadores da saúde, em que situação estaríamos em relação à pandemia? Já estamos chegando a 500 mil mortes e muitas vidas foram preservadas por causa do compromisso desses profissionais”, destacou Amarildo.

A crise do hospital é consequência das políticas neoliberais implantadas na capital gaúcha após o ciclo de quatro administrações do PT. A Associação dos Funcionários Municipais (AFM), que é proprietária, administradora e mantenedora do HPA, alega que enfrenta dificuldades desde 2015, quando houve mudança do convênio com a Prefeitura, comprometendo a sustentação financeira da instituição.

Assista à reportagem do Seu Jornal da TVT

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Fonte: CUT RS

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